Em minha alma há um espaço escondido Que abriga um desejo singular Há momentos em que eu o sinto perdido Por entre as vontades, tristonho, a vagar... Minha alma o reconhece Desde outra dimensão Em sua solidão jamais esquece O sabor da mais intensa ilusão... Há que se perpetuar pela eternidade A docilidade que o envolve ternamente E há que se perder por entre os anéis da idade A fragilidade que o conserva intermitente Em minha alma há um espaço proibido Onde vive aprisionado um duende... Alegre, infantil, quase atrevido. Mas que ninguém, jamais o compreende... Minha alma o acolhe com ternura Alimentando-o em sua prisão O seu confinamento é uma tortura A derramar toda amargura, em meu próprio coração. Há que se criar uma brecha no tempo Por onde ele possa, finalmente se expressar. E há que se permitir ao desatento Um vão momento para se libertar... Em minha alma há este duende a desejar Um vôo aos pés do Cristo Redentor Há um espaço vago, que teima em pulsar. Vibrando com loucura o meu ...