AQUARELA DA PAZ
O homem, criado para habitar as estrelas, se debate nos vales sombrios da Terra, entre dores e sofrimentos... Feito de luz, se perde nas sombras da própria insapiência... Criado para a felicidade, caminha a passos largos na direção de abismos gerados pelo egoísmo e o orgulho. Essência imortal, o homem, esquecido da sua eternidade, se compraz nas sensações que consegue retirar do corpo frágil e finito. Detentor das cores delicadas para esboçar uma aquarela de paz, cria paisagens deprimentes e desoladoras com as tintas densas da própria ilusão... O homem, herdeiro das moradas infinitas da casa do pai, se agarra, desesperado, aos bens passageiros que este ínfimo planeta oferece, como meio de evolução. O homem, extenuado da luta, medita... Deseja, sinceramente, a paz... Mas como conquistá-la? Tem sede de amor... E abandona o ninho... Precisa conhecer a verdade... Mas se confunde nas armadilhas da mentira... O homem precisa, mais do que nunca, da união fraternal, e vaga solitário e sem rumo...