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Mostrando postagens de junho 26, 2012

SOLIDÃO-Carlos Leíte Ribeiro

Bem cedo habituei- me a estar só. Já várias vezes tentei descrever a palavra "solidão" por gestos. Fingi que chorava, assumi um ar desamparado e até murmurei o que pensei que fossem sons solitários. Mas a definição "solitário" é muito difícil de descrever - é mais fácil senti- la. Saber distinguir entre sozinho e o solitário, pode ser importante, mas eu encontro alívio e paz na solidão. Habituei-me à solidão. Um escritor gosta de estar só, escrever como se tivesse a falar consigo próprio, sem precisar de gente para arrumar as cenas. A solidão na juventude é triste porque até então não se aprendeu a arte de viver confortavelmente com ela. Em geral, só na maturidade é que a solidão se torna deliciosa. Hoje, quando me sinto perplexo, procuro na solidão, na eloquência do silêncio, e espero que as respostas cheguem. E elas chegam ... O escritor - um eremita na caverna da sua mente - muitas vezes é uma pessoa solitária. Mas a solidão também pode ser um doce sofrimento, ao