DA VELHICE A INFÂNCIA



Às vezes vejo imagens que parecem saíram de um sonho.
Ainda com os olhos fechados, como quem acorda de um sono em plena madrugada, estendo as mãos para o vazio tentando apanhá-las, tentando ver se elas ainda dormem ao meu lado. Olho, de olhos fechados com medo de te perder, para as tuas formas, as tuas curvas, sinto o teu perfume como se estivesses aqui. Ou como se eu estivesse contigo. Sinto o teu respirar.
Dormes-me no meu sonho de estar acordado dentro de ti.
Caminho em passos suaves com medo de te acordar, procurando os teus olhos e a tua alma. Sorrio-te como quem sorri pela manhã de um novo amanhecer.
Beijo-te numa despedida de um até já.
Cruzamo-nos esperanças de novos abraços.
Abro os olhos e noto que são imagens ainda de um sonho constantemente sonhado. Um sonho ao virar da esquina.
Como eu tenho medo de crescer e de perder a capacidade de sonhar. É um medo de verdade.
Olha me ouvindo com atenção que eu acho que a vida deveria começar na velhice e terminar na infância.

Sanzalando

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